VII- Forte
O forte
Eu o vejo todo dia
Esta ali
Mas nunca prestei atenção
No mesmo canto
Duro
Imóvel
Rochoso
Nada humano
Sempre bonito
Impávido
Constante
.sempre.
nada o abala
as águas param abaixo do seu nariz formando passadeiras
que elevam suas bases flutuantes
pois que os patrícios o cultivaram
- mas eles se foram.
O forte não.
Certa vez mirei em um de seus canhões obsoletos
por uma janela pequena e quadrada da sentinela que apontava
pro começo da cidade
- Ele chorava escadarias desgastadas
Porque via
E tudo mudou
As pessoas
As barcaças
Os edifícios
Tudo o que passa
Defronte a sua cara
Mas ele ficou
Naquele lugar
Sabendo que há
Outros mares
Outras vistas
Tantas
Tantas quantas
Nem consegue imaginar
E ele ali
No mesmo canto
Sempre.
Sempre.
Até acabar.
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