Pesquisar este blog

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

VII- Forte

O forte

Eu o vejo todo dia

Esta ali

Mas nunca prestei atenção

No mesmo canto

Duro

Imóvel

Rochoso

Nada humano

Sempre bonito

Impávido

Constante

.sempre.

nada o abala

as águas param abaixo do seu nariz formando passadeiras

que elevam suas bases flutuantes

pois que os patrícios o cultivaram

- mas eles se foram.

O forte não.

Certa vez mirei em um de seus canhões obsoletos

por uma janela pequena e quadrada da sentinela que apontava

pro começo da cidade

- Ele chorava escadarias desgastadas

Porque via

E tudo mudou

As pessoas

As barcaças

Os edifícios

Tudo o que passa

Defronte a sua cara

Mas ele ficou

Naquele lugar

Sabendo que há

Outros mares

Outras vistas

Tantas

Tantas quantas

Nem consegue imaginar

E ele ali

No mesmo canto

Sempre.

Sempre.

Até acabar.

Nenhum comentário: