XIV- Farol
O farol é palavra
Em voz de luz
Firmado na rocha
Pra sorte de outrem
é a alma de um santo
é um falo brilhante
aviso aos navegantes
enquanto a noite esconde ele aclara os perigos
rasgando em feixes o manto sem cor
posto pela escuridão
um cego maneja o timão
mas vem uma rajada praqu’ele veja:
abaixo náufragos ofereciam tesouros aos peixes
que nada davam em troca
a não ser sua fome de devorá-los
anjos manejando gaivotas pra divertir os Homens
que as vêem cantarolando por sobre os mastros
A todos os lados a terra desce
Sendo que cai numa torrente
De cima do casco da tartaruga
Por sobre o lombo do elefante
Dos Atlas dos antigos astronautas
Não conto
Não há como contar todas
Recifes com pedras talhadas
Radares de ondas sonoras
Atlântida, os Atos, os vikings
Delfos, Nazca, as Bermudas
(milhas náuticas?
- estelares
Mar desconhecido)
Um facho de luz em reflexo
Um ponto azul no universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário