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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Julgamento de Prometeu. II

vou direto ao final. resumir pra quem espera ansioso o que acontece. como acabou. como foi. o fim.

porem nao ainda e´ o final. eis que estou aqui relatando; e estava.

e´sobre mim. afinal. aquele final que sorriam os que esperavam; espreitavam. quando diziam: cala-te! e eu gritava: nao.

quando escondiam dos olhos, dos ouvidos ... e eu soletrava; as cores que em cada que via enxergava.

diziam: o pior cego e´o que nao quer ver. e eu contestava: o pior cego e´ o que nao pode ver; eis que nao tem visao.

eis entao. se tem ouvidos; pra ouvir. ouça.

e se escondiam em suas tunicas; lavravam legis pra morder as gentes com seus caniços; de dizimos e pedaços de papais; postiços. postos ao molde de uma isca que a todos avançavam avidos; enquanto eu ajudava; a acender o fogo do peito que dormia.

diziam: medo! e eu... ria. diziam... morte; e eu mostrava... vida.

cochichavam em suas vielas; escuras. e macabras, tanto seus planos de estocar os tesouros em suas tendas apenas; mas de quando em quando apontava aos humildes: eis... ali esta o ouro.

sobre como foi; o julgar por meus; ainda que pares. diziam: demonio! o que e´ de nosso da aos porcos! e alguem gritava: somos humanos.

e jogando; outro. imprecava ameaça: vai morrer! como odio nas bocas. e eu passava e dizia apenas olhando; vc tambem. vmos todos um dia.

mas nao morro; senao a carne que abjeta infecta; o espelho convertido em espirito sopro que encerro.

e; como na estoria; tantas vezes historia; dos romanos que pregavam em madeiros. colocavam seus dissidentes pra que agonizando; mostrassem a todos o; terrivel. erro. de atacar com sendo si mesmo; o sistema imperio do absurdo de espetaculo aos quese deleitam; com tanto sangue e dor; e visceras encharcadas.

esse fim. que se vc te agrada; tambem passou; por mim. esse; julgamento de um pote de nectar; aberto. e assim esparramado pra que os comensais concupiciencia espirrar nos seus miseraveis gostos de perverter-se. nao e´ essa minha historia.

nao sou; esse. que caindo porque de; enfrentar o Universo Pai e Mae Criador vim aqui; causar levante. ainda que de certa vez pareça.

como um rebelde de uma lei feita por esse; aqui misturado estive; entre os demiurgos; de iconicos que viajam no tempo mas; como sao de outra; vertente. esquecem. que seu tempo e´ finito quando algum de nos esta. e os poe. em seu lugar; longe de esta porta.

como quando a luz espreita numa fresta e a medida que entra; o sol levante. expulsa com sua veste; a treva profunda.

mas havia aqueles que pretendem a escuridao; e a refletem ainda. e ha sempre um tempo na criaçao que e´ este o pendulo que se preza o respeito. como quando os deveres sao alinhados com as obrigaçoes.

e ai... naquela estoria que vc foi levado a conhecer. puseram-me numa; pedra. amarrado. uma tortura exemplar como alguem sempre quer de mostra pra que se cumpra; a visao de que seu poder e´ soberano; ainda que seja mais um escravo... da gloria; do habitat que prefere; um inferno e seus lodos.

porque passando como os poetas que circundam todos os cantos; e´ como dimensoes que o que podemos fazer e´ saber que existem; vao existir; e que nosso lugar e´mais alto; numa esfera que encerre nossa vibraçao de estar amparado em nosso ser consciencia; limpa.

porem. fui levado. como todos os; outros. que em experiencia adentramos em tal; contato. meus parentes; os que se forem; deuses. estao em vias de os primeiros serao os ultimos.

e disse; meu corpo ficará; isso e´ facil. meu termo e´ infindavel. e todos seu engano alcança-me onde nao sao vitoriosos.

mas tentaram aprisionar minha alma. tanto nas feridas que jogaram em meus filhos. em meus parentes terrenos. tentaram impressionar-me e o fizeram. e esta dor foi o mais proximo do sofrimento.

demonstraram; que poderiam me expor pela boca uma estaca; empalada; morrer devagar assim e no humilhante espaço de contar no cenario que assim se fui. mas morrer e´a morte; e o que ficar nao seria mais eu refiz-me.

entao; me jogaram ali. no escuro da noite espessa. num terreno ingreme e sem vida do caucaso frio como a campa recem chamuscada pela lua esquecida.

e impossivel velar quanto de pesar e terror. senti. cada segundo. era uma era inteira.

frio. e meu corpo numa posicao que machucava. enquanto temia mais se desmaiava; ou conseguia cortar-me a garganta... as maos manietadas.

uivos terriveis de mostros que no escuro ainda mais grotescos minha imaginaçao entendia.

e assim fui; condenado. porquanto; ainda sendo a espera de um logo dormir; sem fim.
sendo o fim que teria; outro. eis que so´ ali essa especie de; corpo.

um animal... de penas. passou a roçar minhas carnes; e de quando em quando
aumentado se e´ que poderia; a agonia que no limite conseguia entre mim e a forja que havia vislumbrando tudo fora

passou a mastigar meu estomago e baço. a comer meus rins e figado.

este se quer resumida minha estoria; e ainda se lembra. foi o que fizeram ali de porque entreguei o que ilumina a mente humana.

na mente. mente. humana.

a maça que havia o conselho: nao ha Deus senao o que tambem habita em ti mesmo.

e´ o bem. e o mau. o que ignora. e o que se torna sabedor.

e a mazela; invertida. tornou-se o fermento. dos fariseus. a letra da lei virou sua escada; de o porao ser o refugio de tudo que fingem ser a verdade que guardam mas apesar de a terem; ocultam. pra que seja-lhes privilegio em meio aos simples que acreditam que sao sãos.

e a cada dia refaziam meus orgaos; com suas- nossas- ciencias de tornar tecidos colados na alma. e o sol castigava minha pele. e ardia. e a noite de novo os uivos. e a escuridao terrivel. e de novo aquele; abutre. mordia e rompia minha barriga e; entre um grito e outro.

gargalhei.


nao haveria mais dor nem terror. agora.

havia cumprido toda a quantida de isto; que suportasse. estava anestesiado pela tontura e extase de tanta calamidade. estava no limiar da vertigem que alguma alma que fosse ancorasse.

e assim. um dia me refizeram e a noite veio a ave. e carinhou minha face. e em vez de ragar minha carne; fez isto com as amarras que me enrrolavam na mortalha; e levou-me com ela. voando ate um alto penhasco do qual; lhes falo.

neste instante.

(continua)

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