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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Julgamento de Prometeu. continuaçao

Até que aconteceu que acordei.

A escuridao, sem fim, afinal ficara como o ultimo sonho; nenhuma nevoa ou sinal de algo mais senao; a escuridao. Assim.

E embora relutante em levantar-se. Estava em paz e agora me lembrei; de aqui. Relutei o quanto pude; procurei nas paredes que lugar era este, se diferente de onde me levei deitar-me. Soava o mesmo. Retumbava que estive ali; dormindo sereno. Enquanto atras da porta janela desenrrolava-se o universo local sem qualquer falta de mim; claro e evidente.

Procurei ficar mais; conhecia pra onde estava o corpo volta. Estiquei-me pra de repente voltar ao isto que nada mais e´ que viver sem vida. Mas estava exausto demais pra continuar deitado e dormindo, Estava infinito de acabar demais em aquele transe alastrado reconheci que  apesar de tudo; que me lembrava de ali. Tinha de acordar eis que estava ja acordado. E decidi entao levantar-me.

Procurei um espelho rosto e revirei-me; era eu mesmo. Procurei onde esgoto e banho, era um corpo de estes necessitado e encontrei uma pedra cavada chão, uma cachoeira de agua artificial que brotava de um cano parede. Procurei as roupas que um dia atei e havia algumas de pronto penduradas. Olhei e encontrei meus olhos abertos e curiosos; de quanto... ao tempo.

Sim e ja que assim, lavado e desperto, sai, afinal haveria de seguir portanto. E aquela beira de montanha, tranquila em suas casinhas calmas houvera desde que a vi ali, naquela hora, tornado-se uma metropole cinza-chumbo-concreto-armado para todos os lados. No chao betume pisado e esparsas arvores que de sorver o ar impuro sofriam, pregadas em vez de plantadas no solo que nem por elas conseguia respirar uma inspiraçao completa.

Nos altos, tudo que de humanos empilhados; literalmente em seus armarios jazendo um lar totem sobre os outros; e numa piramide de hiererraquia que drenava tudo que subia ou descia ao alcance de um total controle de absorver o imenso poder criador de cada nome e alimentar uma engrenagem que como um radar mutilava cada um como um gado cortado no instante da fome.

Horrorizado, vislumbrei anuncios de todos tipos; vi que os deuses ou haviam de fato morrido. Naquele sentido inocente eis que quem conhece o significado de se um dos deuses entao inerente que quer dizer: algum dos que nao morrem. Mas sepultados talvez da memoria. Alias, transformados em amuletos ou santos. Codificados em emblemas ou icones. Coloridos de desenhos animados. Perambulei pasmo entre taperas e as vivendas mais ricas que encontrei como entrar em palavra passe, eis que minha bolsa era o alforje, somente. Havia adoraçao de todas as formas de cultuar-se; homens de farda suadas de combates inglorios, cuspindo balas de uns contra os outros; eram os tipos de modelo de masculinidade e força, ainda que os motivos de imporem as armas na cabeça alheia fossem cobiça e oprobrio.

Em alguns lugares as mulheres maes tornaram seu rito de passagem pra adolecentes em um festival de futilidade; uma reuniao onde todos deveriam aprovar as prendas que os pais conseguissem impressionar convidados. Em alguns cantos comunidades, cobriam-se de forma que proibido lhes era mostrar senao os olhos, e poderiam ser pedras morridas se acaso o rosto escapasse. Em outros do lado, promoviam a mesmo crianças onde fornicavam mediante a paga que o mundo profissao antiga reza, e incitavam mesmo a suas proprias filhas danças que aviltavam o mais instintivo cão.

Então, este eu era ali tambem. Nao pude aprovar e aproveitei como um alguem que talvez somente viajante em lugares que o pouco contem. Entendi como creio ja desde antes que a Criaçao apesar de nos sermos e co-crer e artesanar tambem e´ e e´ porque e´. Porem... sentindo que haveria de alem de ali; encontrar-me mais proximo a mim, desvie-me de atravessados laços-contratos que tornariam-me atraves de afetos e feitos ligado inexoravel ao mundo rede descrito, e correndo fiz da esquina uma escolha de sair pra um lado que de tangente levasse-me ate algum outro paramo.

Eu amei a todos estes. Senti congenito todos seus defeitos e o quanto eram perfeitos se aceitassem. Deleitei-me em suas belezas esórias por vezes; e entristeci-me a caso pensando quando se extraviavam de seus eu superiores que lhes diziam tao proximos: voce pode. Existe outro como diferente.

Tanto enquanto individuos mais e mas ainda enquanto naçoes. Se sobrepunham por conta do ego, da venda de alugel pra que tivessem assim uma casa a mais pra quem faltasse lhes depender pra que pudessem somente ter onde dormir e esconder-se da intemperie terrivel que tornaram seus proprios dias e noites aváras.

Cobravam-se alvaras multiplos pra que estivessem por exemplo a transitar numa trilha. Jogavam-se em carceres porque alguem divergia da maquina estado casta; toda aquela veneraçao de nova forma, pagina virada e disfarçada; os deus se diziam agora homens. Papas, presidentes, imãs, juizes com suas togas, professores mestres eméritos com diplomas reconhecidos pelos novos templos de Piton; encharcados.

Criaram uma lei pra si mesmos: nao existem deuses. Nos somos seus deuses. E com tal dialetica onde a premissa maior encontra-se disparate com a menor se dividem; enquanto os legisladores se riem no alto de seus mausoleus-mansões imensos da aceitaçao que lhes devotam todos.

Continuei; peregrino. Ao caminho que ate entao conhecia porem; os tempos o foram mudando. E de fato agora aquela brecha que havia quando da subida estava cercada. Haviam tapumes e toldos de propaganda de marcas cobrindo a passagem, como as cortinas fazem com a cochia no teatro.

Nao me dei por vencido e numa calada quando mesmo as cameras da portaria do pasto cochilam apartei tao de repente em combate com um de seus nós que consegui avançar. Vou subir por aqui, pensei, e assim fiz.

Nao muito a frente, a medida que fui andando a passos largos e rapidos, estavam em formaçao alguns guardas; nessa especie. Nao me fiz por rogado e continuei o passo sem afetaçao, nao obstante. Eles, a medida que os alcançei, me cercaram. Um deles se aproximou o suficiente pra perceber que era alto o tanto que minha cabeça estava 'a estatura de seu ventre. Gruni como um leao em braveza. Mostrei a todos eles os dentes que possivelmente escorreriam sangue se precisasse voltar ao circo de conviver com a fome pra sobreviver defendendo-se da gazela que corre; cada um em seu momentum, pensei, se e´ que deu tenue espaço pra um qualquer pensamento.

Eles me olharam e disseram com o movimento do corpo, e ainda entre si com sua linguagem chula de estarem fora de seus superiores relatando-os: ah, e´ voce... entao... passe. E passando com o passo que vinha sem parar um instante e nem pra tras olhar em como se grato por sua deferencia, continuei na vereda, mais ingrime a medida que apinava.

A ave. Pairou. Ainda estava noite mas a lua esbranquiçava ao seu redor, embora seu centro exalasse o yn do yang. Tremi, quase. Lembrei de todas as dores; do corpo estraçalhado. Lembrei de toda humilhaçao que ultrapassa o amor proprio e o faz pedir socorro. Lembrei de todo o desespero de quando nao se vislumbra mais a menor esperança. Lembrei de cada impulso que tomou meu ser em um clamor para que viesse a morte.

E ai; ao final da escalada, junto ao rochedo mais ingreme, estava ali ele; Zeus. A contemplar-me. Sua figura a que melhor quis holo- mostra-se; um senhor de estrutura solida e imponente, um cabelo cinza claro e barbas epica, uma expressao que longe de sorrir nem tambem carregar tristeza. Nem serenidade nem histeria. Semblante que nenhum mortal desprezaria e esqueceria tao cedo, mesmo que tantas vezes lhes tenha aparecido e nunca souberam que era este deus; em especial

Sim Zeus; estava ali no alto da montanha. Exatamente pra onde eu sentia a necessidade de subir ao largo. Nao sabia senao na intuiçao que era isto; que era pra onde estava indo. Ou sera que ele que me vendo a caminho de aquela rocha refugio adiantou-se e ali me aguarda?

Sentei-me a seu lado. Ja nada mais carregava; e a gravidade me expunha suave, muito a vontade a medida que subi de onde estava.

Ele sentou tambem, ficou lado a lado, ficamos por um tempo que nao recordo porque nao existe em teu relogio; olhando para baixo, um vale... diferente, bastante do que ficara atras de mim, aquele que lhes contei, onde uma massa de arame e gente amorfa condensou-se em munícipe.

Me perguntou... finalmente.
- Valeu a pena?

Respondi negativamente; balançando a cabeça e olhando pra seus olhos em tom de reconciliaçao; em vez do odio que tomaria lugar se tanta dor nao ativasse purgar aquilo que nunca se esquece.

Ele evitou meu olhar; viu-me; sentiu o poder de perdoar e; desviou o olhar de mim. Olhou para o vale.

Ate que... continuei. Lhe disse:

- Alias... valeu a pena sim. Olhe.

E havia algumas luzes acesas espassas na mata que uma ou outra trilha de chao batido espalhava. Luzes! E ouvimos pessoas, eleas conversavam sobre o óoouummm que conseguiam ouvir! Luzes ali... sim... levantei-me e... pela primeira vez em muito de o que chamam as palavras; idos...

levantei-me... sorri... e disse a ele:

- sim... valeu a pena.


...


(continua)

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