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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

X- Estiva

Os navios estão longe de casa

Que padecem que dormem derretidos

Refeitos pelos nós nas carcaças

Pelas rugas de ferrugem

Incrustada em suas bandas

Na estiva se ouvem as cargas

As línguas chulas rabugentas

Temperadas nos sotaques dos porões

Empilham-se as levas que vieram

Do que se veio buscar pro longe

Cereais formam montes aromados

Com o café, os minérios e as bugigangas

Os guindastes pescam brincando

De girar ora pra cá e pra lá destinos

Dando risadas quase gostosas

Dos que de medo se sustentam pendurados

Na lua cheia sua bola gruda no estuário

Reflete imagem que é mentira e que é verdade

Fotografia de um pedaço iluminado

Pois visto o céu é mais profundo do que o mar

Se’la esta aqui e porque veio pela luz

Que o sol a beija e ela deita sobre a água

Dias nublados pinga estrondo de faísca

Dias abertos deixa a pele meio ardida

À noite se encobre uma fumaça

Que é tão sutil ou mesmo não existe

Na alvorada as aves tocam o despertar

O entardecer o firmamento pôs laranja

O vento sopra mas as nuvens não se cansam

Se o dia vai e porque outro esta porvir.

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