X- Estiva
Os navios estão longe de casa
Que padecem que dormem derretidos
Refeitos pelos nós nas carcaças
Pelas rugas de ferrugem
Incrustada em suas bandas
Na estiva se ouvem as cargas
As línguas chulas rabugentas
Temperadas nos sotaques dos porões
Empilham-se as levas que vieram
Do que se veio buscar pro longe
Cereais formam montes aromados
Com o café, os minérios e as bugigangas
Os guindastes pescam brincando
De girar ora pra cá e pra lá destinos
Dando risadas quase gostosas
Dos que de medo se sustentam pendurados
Na lua cheia sua bola gruda no estuário
Reflete imagem que é mentira e que é verdade
Fotografia de um pedaço iluminado
Pois visto o céu é mais profundo do que o mar
Se’la esta aqui e porque veio pela luz
Que o sol a beija e ela deita sobre a água
Dias nublados pinga estrondo de faísca
Dias abertos deixa a pele meio ardida
À noite se encobre uma fumaça
Que é tão sutil ou mesmo não existe
Na alvorada as aves tocam o despertar
O entardecer o firmamento pôs laranja
O vento sopra mas as nuvens não se cansam
Se o dia vai e porque outro esta porvir.
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